Em matéria no portal UOL, a colunista Paula Gama faz uma importante análise sobre a novidade Uber Moto, que já está em 125 cidades do Brasil, como Salvador. A atual aposta é uma opção mais barata do que o “Uber X” para viagens urbanas. Nela, um trajeto que custaria R$ 44 na opção tradicional, por exemplo, sai por R$ 26.
Segundo Paula, apesar de ser uma forma mais acessível de transporte para o consumidor, o novo modelo escancara a precarização do transporte brasileiro e a redução do poder de compra da população.
“Nos últimos meses, vimos o padrão dos veículos de aplicativo cair. Com carros mais antigos e menos tecnológicos. Muitos motoristas, com sua razão, se recusam a usar o ar-condicionado para economizar combustível. Mesmo sem o conforto e segurança de outrora, as opções mais baratas dos aplicativos de transporte ainda são caras para boa parte dos brasileiros”, diz a jornalista.
Paula lembra que, apesar de o Brasil viver um momento de deflação, o real perdeu 31,32% de seu valor e poder de compra. “Além disso, ainda existe aumento de preços nos itens básicos de consumo do brasileiro, corroendo a renda das famílias, principalmente as menos abastadas. Com menos poder de compra, resta baixar o padrão de vida para encaixar no orçamento”, pontua.
MOTO = MAIS ACIDENTES
Na avaliação da colunista, com a popularização do transporte de passageiros em motos, assusta o aumento da exposição das pessoas a acidentes. Durante a pandemia, o número de motos nas ruas aumentou devido à demanda por entregas, junto com o número de acidentes.
Segundo especialistas, acidentes envolvendo motos matam, por quilômetro rodado, 16 vezes mais do que os outros modais. Informações da Associação Brasileira de Medicina do Tráfego (Abramet) mostram que os acidentes com motos representam 54% de todos os sinistros de trânsito do Brasil, mesmo que apenas 22,1% da frota seja composta por motocicletas.
Em 2020, último ano analisado, 79% das indenizações pagas pelo Seguro DPVAT foram destinadas a vítimas de acidentes de moto. Foram: 175 mil indenizações por invalidez permanente; 52 mil pessoas indenizadas para pagamento de despesas médicas e 17 mil famílias receberam pela morte de algum parente. A maior parte das vítimas tinha entre 18 e 34 anos, no auge da capacidade produtiva.
Fonte: Peleja