Ao planejar campanha, SintraSuper debate desafios dos trabalhadores

No segundo dia do Seminário de Planejamento da Campanha Salarial 2023, a diretoria do SintraSuper tratou dos desafios dos trabalhadores e dos sindicatos no novo cenário brasileiro, com Lula na Presidência. Nossos dirigentes debateram o tema com Pascoal Carneiro, membro da direção nacional da CTB (Central dos Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil).

Carneiro destacou o papel de Lula ao buscar retomar a liderança do Brasil para reconstruir o Mercosul. “Esse importante bloco comercial foi quebrado por Bolsonaro, prejudicando as economias do continente. O presidente está correto ao fechar o bloco aqui e negociar unidos com mais ‘poder de barganha’ com China, Europa, EUA e demais países desenvolvidos. É o Brasil ajudando e sendo ajudado pelos irmãos sul-americanos”, afirmou.

Ao tratar do Brasil, o dirigente da CTB lembrou que os governos Temer e Bolsonaro fizeram as reformas trabalhista e da Previdência, prejudicando os trabalhadores e beneficiando os grupos empresariais de previdência privada. Também foi aprovada a nova lei de crédito agrícola. Antes R$ 45 bilhões iam para agricultura familiar. Agora, o fundo foi para R$ 300 bilhões, mas para o agronegócio e grandes agricultores. Iniciaram as privatizações da Petrobras e dos bancos públicos, mas Lula interrompeu”, pontuou.

Pascoal enfatizou que as primeiras medidas do governo Lula são positivas. “Elas melhoram o cenário para a classe trabalhadora. Com mais democracia, as lutas tendem a crescer. Já vimos a decisão do STF beneficiando demitidos que entram na Justiça (não vão mais pagar os honorários de perder o processo)”, disse.

DESAFIOS

Segundo Pascoal, o principal desafio para o governo e o sindicalismo é garantir crescimento econômico com empregos, valorização do trabalho e dos salários, e mais direitos. “É hora de lutar para reverter os retrocessos na legislação trabalhista, impostos por Temer e Bolsonaro. As centrais sindicais vão definir pontos da reforma trabalhista a serem analisados para mudanças”, destacou, defendendo que os sindicatos devem aproveitar momento favorável e desenvolver campanhas salariais fortes para garantir reajustes com ganho real e cláusulas sociais importantes.

O dirigente também falou da polêmica sobre o BNDES financiar obras em outros países. “É um banco público, criado para financiar a estrutura do País e ajudar empresas brasileiras a exportarem conhecimento e tecnologia. Isso permite que ganhem em dólar e mantenham obras no Brasil. 40% do FAT (Fundo de Amparo ao Trabalhador) vai para esse banco e as centrais terão representantes no conselho da instituição. O gasoduto na Argentina vai beneficiar grandes empresas brasileiras que participarão da construção, uma condição para o empréstimo”, explicou.

PLANO

Após os debates, diretores e diretoras do SintraSuper se dividiram em grupos para debater negociação coletiva, reforma trabalhista e convenção coletiva, além de conjuntura e desafios. Isso para definir bem as ações do sindicato em 2023 e para a campanha salarial.

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