Cesta básica consome 60% do salário mínimo

O preço da cesta básica subiu em 11 das 17 capitais pesquisadas pelo Departamento Intersindical de Estudos e Estatísticas Socioeconômicos (Dieese). A resistência dos preços, sobretudo dos alimentos, continua penalizando as famílias, em especial as mais pobres. Em pelo menos nove capitais, o valor do conjunto de produtos básicos ultrapassa os R$ 700, consumindo mais da metade do atual salário-mínimo (R$ 1.302).

“Quando se compara o custo da cesta e o salário mínimo líquido, ou seja, após o desconto de 7,5% referente à Previdência Social, verifica-se que o trabalhador remunerado pelo piso nacional comprometeu em média, em janeiro de 2023, 57,18% do rendimento para adquirir os produtos alimentícios básicos. Em dezembro de 2022, com o salário mínimo em R$ 1.212,00, o trabalhador precisou usar 60,22% da renda líquida. Em janeiro de 2022, o percentual ficou em 55,20%”, aponta o estudo.

Segundo o Dieese, os preços subiram com maior intensidade neste começo de ano nas capitais nordestinas – com destaque para o aumento em Recife (+7,61%), João Pessoa (+6,80%), Aracaju (+6,57%) e Natal (+6,47%).

Em um ranking entre as cidades, São Paulo permanece com a cesta mais cara. Em janeiro, a média apurada pela entidade foi de R$ 790,57 – mais de 60% do piso mínimo. Em seguida, apareceram as cestas básicas do Rio de Janeiro (R$ 770,19), Florianópolis (R$ 760,65) e Porto Alegre (R$ 757,33).

Entre os produtos que pressionaram com mais intensidade o preço da cesta, estão justamente os mais frequentes na mesa dos brasileiros: o arroz e feijão, que subiu em todas as capitais em janeiro; além da batata, tomate e farinha, que teve preços reajustados para cima na maior parte das cidades.

Depois de quatro anos de arrocho, as entidades sindicais cobram uma política de valorização do salário mínimo para que o piso nacional chegue, ainda este ano, ao valor de R$ 1.343. Hoje, o mínimo está em R$ 1.302.

Fonte : Hora do Povo

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