Cesta básica consome quase 50% do salário mínimo do soteropolitano

Alguns produtos da cesta básica estão mais salgados em Salvador, de acordo com Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (DIEESE). Apesar do aumento do valor de alguns itens, a cesta na capital baiana continua sendo a segunda mais barata do Brasil.

Entre outubro e novembro, houve redução de -2,12% no valor da cesta básica em Salvador. Enquanto isso, em outras 12 cidades das 17 capitais onde o DIEESE realiza mensalmente a Pesquisa Nacional da Cesta Básica de Alimentos, houve aumento dos produtos. São elas: Belo Horizonte (4,68%), Florianópolis (2,96%), São Paulo (2,69%) e Goiânia (2,03%).

Hoje a cesta básica em Salvador está custando R$ 550,67. O tomate foi um dos itens que ficaram mais em conta (-3,85% mais barato da cesta), que é composta por carne, leite, feijão, arroz, farinha, batata, pão francês, café em pó, frutas (Banana), açúcar, banha/Óleo e manteiga.

“Tudo caro no mercado, mas não posso reclamar porque consigo comprar além do básico, mas tem pessoas que nem o básico conseguem. É triste! Apesar de termos uma das cestas básicas mais baratas, ainda assim os produtos continuam pela hora da morte”, desabafou Cleusa Maria, servidora pública aposentada.

O economista Abimael Lira pontuou alguns motivos que impulsionaram a queda no preço da cesta básica na capital baiana. “O primeiro fator é o excesso de oferta. Quando há oferta em relação a demanda de consumidores, obviamente os preços caem e isso está consagrado na teoria econômica. Em segundo, os custos de produção que [envolve] a questão de transporte, equilíbrio da taxa de juros, a carga tributária, inclusive com a redução tributária, e redução [no valor do] do combustível”, pontuou.

Salário mínimo necessário

Em novembro, o trabalhador de Salvador, remunerado pelo salário mínimo de R$ 1.212,00, precisou trabalhar 99 horas e 58 minutos para adquirir a cesta básica. Em outubro de 2022, o tempo de trabalho necessário foi de 102 horas e 07 minutos, e, em novembro de 2021, de 101 horas e 11 minutos.

“Considerando o salário mínimo líquido, após o desconto de 7,5% da Previdência Social, o mesmo trabalhador precisou comprometer, em novembro de 2022, 49,12% da remuneração para adquirir os produtos da cesta básica, que é suficiente para alimentar um adulto durante um mês. Já em outubro, o percentual comprometido foi de 49,81% e, em novembro de 2021, de 49,72%”, afirmou o departamento.

Fonte :Tribuna da Bahia

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