Comerciários avaliam conjuntura e planejam 2017

 

Resistência e mobilização dos trabalhadores para enfrentar os ataques do governo Temer e dos empresários aos direitos trabalhistas. Essa foi a principal tese dos debates na abertura do Seminário de Planejamento 2017 dos comerciários. O ato aconteceu nesta sexta-feira (9), no Teatro Dias Gomes, com a participação da coordenadora do Dieese, Ana Georgina, e do professor da Uneb, Ricardo Moreno.

Na abertura, o presidente do Sindicom, Jaelson Dourado, destacou a importância de se planejar as ações em um cenário complexo. “Esse governo golpista ataca nossos direitos, o Supremo acaba a manutenção do acordo coletivo vigente enquanto não sai novo acordo, a PEC 55 congela investimentos públicos. O momento é de resistência e reação para manter direitos e ter um bom reajuste em 2017”, afirmou.

Para o presidente do Sintrasuper (comerciários de supermercados), Adilson Alves, é essencial elevar o nível de consciência da categoria. “O seminário ajuda a entender o cenário para planejar melhor a luta. Esse ano, conquistamos um bom acordo e vamos batalhar para repetir o ano que vem”, enfatizou.

SALVADOR, DESIGUAL E EXCLUDENTE

A avaliação da conjuntura feita por Ricardo Moreno fez um recorte para Salvador. “Nas eleições, a população escolheu um projeto conservador, que exclui as pessoas e privilegia os grandes grupos econômicos. Isso reflete na vida da população, especialmente dos trabalhadores, que sofrem com a desigualdade, o desemprego e ausência de serviços públicos nas periferias”, criticou.

Para Moreno, o episódio envolvendo o Iphan e o apartamento do ex-ministro Geddel mostra o uso da influência política para favorecer o interesse privado em detrimento do bem público. “Salvador tem uma das piores coberturas do Programa Saúde da Família (22%) do Brasil, enquanto Juazeiro atingiu mais de 90%. Não temos equipamentos públicos de cultura, esporte e lazer, especialmente na periferia, contribuindo para violência contra nossa juventude. A luta de vocês se dá dentro desse contexto”, pontuou.

CENÁRIO DESAFIADOR

As projeções econômicas feitas por Ana Georgina apontaram para a necessidade de ver o cenário difícil como desafiador e fazer boas negociações. “Um projeto político que levou o Estado para mais perto das pessoas que mais precisam foi golpeado. O novo governo tenta flexibilizar direitos importantes, conquistados com muita luta. Isso vai exigir muita mobilização nas campanhas salariais. Bom lembrar que o comércio tem se saído bem e tem possibilidades de oferecer algo razoável para a categoria”, declarou.

O presidente da Federação dos Comerciários (FEC Bahia), Reginaldo Oliveira, enfatizou que a entidade estará estimulando essas reflexões nos sindicatos da Bahia. “Salvador inicia essa discussão e vai contribuir com as campanhas salariais do interior. A palavra de ordem é resistir e impedir retrocessos”, disse.

Vice-presidente da CTB Bahia, Rosa de Souza destacou que a central estará dando todo apoio aos sindicatos nas campanhas salariais. “O momento exige muita unidade os trabalhadores e das categorias”, frisou.

PLANEJAR BEM

No debate em plenário, os dirigentes ressaltaram a importância de se planejar bem as ações da campanha salarial 2017, observando as especificidades da categoria, as contradições entre grandes empresas e o comércio local, além de ter ousadia e criatividade para fazer uma negociação positiva e assinar uma boa convenção coletiva.

As ideias foram levantadas por Tiago Pereira, Ailton Plínio, Renato Ezequiel, Walter Jr, Edvã Galvão e Alfredo Santiago. Ex-dirigente do Sindicato e atuando no Sindicom do Rio de Janeiro, Marcelo Bezerra prestigiou o seminário e trouxe a solidariedade dos comerciários cariocas.

 

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