Na segunda rodada de negociação com os supermercados, houve um pequeno avanço. Mas, as propostas de reajustes ficaram aquém dos bons números do setor na Bahia. Os patrões ofereceram a reposição da inflação, de 3,86%, e percentuais de ganho real de 1% para quem ganha o piso menor e 0,5% para o piso maior. Os empresários não concordam com a homologação dos demitidos no Sindicato e propõem manter as demais cláusulas sociais da Convenção Coletiva do ano passado.
Segundo a presidenta do SintraSuper, Rosa de Souza, houve avanço em relação à conversa anterior, mas ainda não daria para assinar o acordo. “Nós já tínhamos colocado números muito bons de vendas do setor, no ano passado, e esperávamos propostas melhores para valorizar quem ajudou as empresas a conquistarem bons resultados”, ponderou.
A sindicalista lembrou que, durante a pandemia, o Sindicato entendeu o momento difícil que a economia e as empresas atravessaram. “Fizemos várias flexões para assinar os acordos. Agora, merecemos reajustes melhores. Na próxima reunião [dia 25/03], queremos mais avanços. Vamos visitar as lojas para mobilizar a categoria e aumentar a pressão para um bom acordo”, afirmou.
O cenário positivo relatado por Rosa foi reforçado com os números apresentados pela economista e supervisora técnica do Dieese, Ana Georgina Dias: em 2023, o crescimento do volume de vendas foi de 11,3%. Em janeiro deste ano, cresceu 18,1%. A receita de vendas cresceu 9,2%. “O setor está bem melhor, se beneficiando da inflação mais baixa e da geração de empregos. Mas, os salário ainda são muito baixos. Os supermercados podem melhorar os percentuais de ganho real”, enfatizou.
