Lojas e lotéricas estão salvando quem possui contas para pagar em Salvador

Na agência do Banco do Brasil do bairro de Brotas, um comunicado fixado ao lado da porta giratória que dá acesso a parte de atendimento ao cliente avisa a suspensão dos serviços por tempo indeterminado, deixando os clientes, a maioria idosos, sem saber como proceder diante da situação.

Além de ter o atendimento suspenso, a falta de dinheiro nos caixas eletrônicos é outro problema que vem sendo enfrentado pela população há cerca de uma semana, quando o movimento dos vigilantes teve início.

Para tentar fugir da confusão na parte de autoatendimento das agências, quem precisa pagar as contas ou sacar dinheiro está recorrendo às casas lotéricas, que já tiveram a rotina modificada com o aumento do movimento. Caixas de alguns supermercados também têm sido a saída de que precisa estar em dia com as dívidas.

Franquias das Casas Bahia e do supermercado Bompreço são exemplos de estabelecimentos que efetuam pagamento de títulos como de cartão de crédito, água e luz. Mesmo com todos os transtornos causados à população, a paralisação dos vigilantes se mantém sem previsão para acabar, já que, segundo o presidente Sindivigilantes, José Boaventura “os empresários não têm demonstrado interesse em negociar”.

A principal reivindicação da categoria é o pagamento da periculosidade com a compensação dos 18% do risco de vida, o que aumentaria em 12% o salário dos vigilantes, conforme previstos em lei federal sancionada em dezembro do ano passado. Já o Sindicato das Empresas de Segurança Privada do Estado da Bahia alega que a mesma lei determina que o Ministério do Trabalho e Emprego regulamente a matéria.

“Nós precisamos do posicionamento do MT ou da Justiça baiana para agir de acordo com a lei”, informou o presidente da entidade, Lauro Santana Silva.

Uma nova reunião entre as categorias está marcada para essa quinta-feira (7/3), às 14 horas, no Tribunal Regional do Trabalho da 5ª Região, em Nazaré, quando o impasse entre patrões e funcionários deve chegar ao fim.

Prejuízos

Mesmo com a determinação judicial de manutenção de 50% do contingente trabalhando, a paralisação dos vigilantes tem atrapalhado a rotina dos baianos. “A orientação que o sindicato dá é que seja cumprida a determinação judicial, mas está porcentagem não é o bastante para fazer grandes estabelecimentos financeiros funcionarem. Um banco não pode funcionar com a segurança fragilizada”, explicou Boaventura, justificando o fechamento das agências.

Além de paralisar o atendimento nos bancos, a greve dos vigilantes também afetou o atendimento nos postos do INSS de alguns municípios como Camaçari, Lauro de Freitas, Dias D’ávila, São Sebastião do Passé, Feira de Santana, Itabuna, Itaberaba, Pojuca e Porto Seguro.

O porteiro Antonio Alves, 56, é um dos prejudicados com a paralisação. Ao retirar um saldo na agência do Banco do Brasil de Brotas, ele lamentava a ausência do salário que geralmente era depositado no dia primeiro do mês. “É por causa da greve. A empresa já tinha avisado que iria atrasar, mas vim na esperança de pagar minhas contas, que já estão atrasadas”, relatou.

Segundo ele, a empresa para a qual presta serviços alegou que não está tendo acesso à agência para a realização do depósito de grandes quantias devido à greve.

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