Na defesa dos funcionários, SintraSuper dá recado firme para Americanas

Na tarde desta sexta-feira (03), o SintraSuper realizou um protesto na Americanas do Shopping da Bahia. Com a palavra de ordem “Em defesa dos 44 mil trabalhadores e trabalhadoras da Americanas, e suas famílias”, os dirigentes levantaram uma faixa e distribuiram panfletos para funcionários e clientes.

A presidenta do sindicato, Rosa de Souza, explicou o motivo da manifestação. “A Americanas precisa dizer claramente como ficará a situação dos trabalhadores e das trabalhadoras. Queremos a garantia dos empregos e dos direitos trabalhistas. funcionários não são responsáveis pela crise provocada por um rombo de mais de R$ 43 bilhões em dívidas. Essa situação deixa milhares de mães e pais de família apreensivos”, destacou.

Segundo a sindicalista, “o SintraSuper exige a apuração dos responsáveis pelo rombo. Ao mesmo tempo, quer que a empresa garanta os empregos e os direitos trabalhistas dos funcionários”.

Dirigente da FEC Bahia e do Sindicato dos Comerciários, Reginaldo Oliveira lembrou que, “além do prejuízo para os empregados, serão prejudicadas pequenas, médias e grandes empresas que fornecem produtos para a Americanas ou trabalham diretamente com a organização”. Citou ainda que a empresa está devendo aluguel de shoppings.

 

AÇÃO NACIONAL

Além de atos em várias cidades do Brasil, as entidades sindicais entraram com Ação Civil Pública na 8ª Vara do Trabalho de Brasília, pedindo que o patrimônio pessoal dos principais acionistas, Jorge Paulo Lemann, Carlos Alberto Sicupira e Marcel Telles, seja destinado ao pagamento de dívidas trabalhistas, independente do processamento da recuperação judicial. Já existem quase 17 mil ações trabalhistas contra empresas do Grupo Americanas, representando um valor total de R$ 1,53 bilhão.

A ação pede que se desconsidere a personalidade jurídica do Grupo Americanas e responsabilize os acionistas principais pelas fraudes contábeis que ocorreram na empresa, o que inflou artificialmente não só o lucro, mas os dividendos distribuídos aos acionistas. São esses três bilionários os maiores beneficiários da fraude. A ação pede ainda que o bloqueio do valor de R$ 1,53 bilhão seja feito na conta pessoal dos sócios majoritários para garantir que os trabalhadores que tenham ações contra a empresa na Justiça possam receber seus direitos.