Setor de supermercado teve a primeira rodada de negociação

Ao abrir a reunião, o presidente do SindiSuper, Josué Teles apresentou uma breve avaliação dos empresários acerca do momento atual e, em seguida, disse que na análise patronal é possível oferecer aos trabalhadores que se mantenha a Convenção Coletiva de Trabalho (CCT) nos mesmos moldes de 2015 e o reajuste de 2% em relação ao salário do ano passado.

A proposta patronal motivou a reação dos representantes do Sindicato, que consideraram a proposta inadequada, uma vez que não há, sequer, a repor as perdas obtidas pela inflação, que deverá beirar a casa dos 11%. “Estamos entendendo que essa proposta patronal é uma forma de iniciar o jogo da negociação e que avançaremos para uma solução positiva para os comerciários”, disse o presidente do Sintrasuper, Adilson Alves.

Ele foi enfático ao afirmar que os comerciários não fecharão uma Convenção Coletiva com valores abaixo da inflação. “Os supermercados crescem, abrem lojas e vendem bem. Não são afetados pela crise. Logo, manter a CCT do ano passado, significa um retrocesso. É preciso avançar a partir do que temos”, destacou Adilson.

A reunião também contou com a presença do presidente da Federação dos Comerciários da Bahia (FEC Bahia), Reginaldo Oliveira que fez uma análise da influência dos empresários de supermercados no cenário nacional do setor.

Oliveira disse que a singularidade das negociações representativas do empresariado baiano com os trabalhadores, acabou interferindo no comportamento da Abras (Associação Brasileira dos Supermercados). Lembrou que a dedicação e trabalho dos comerciários, junto com a organização dos supermercados baianos, em sistemas de rede, elevou o patamar do empresariado baiano, tornando-os mais competitivos, com capacidade de negociar preços e resultou no crescimento de todo o setor, desde os pequenos supermercados até as grandes redes.

“Os supermercadistas baianos tem o grande mérito e a competência de promover o seu crescimento. No entanto, os empresários tem um único e grande defeito, que é o de não compreender e respeitar o seu próprio tamanho. Talvez, por não compreender seus méritos, apresentam uma proposta que não condiz com o seu tamanho”, asseverou Oliveira.

Os dirigentes sindicais procuraram fazer o debate acerca das cláusulas que o Sindicato apresentou na pauta de reivindicações. Apresentaram uma série de itens que serão analisados pelo patronato.

Ao finalizar os debates da primeira conversa, Adilson Alves destaca que a reunião foi o pontapé inicial das negociações e acredita que será possível avançar para atender os interesses da categoria. Uma nova rodada de negociação do setor de supermercados está marcada para o dia 07 de março, quando os empresários deverão apresentar sua análise das cláusulas que visam a valorização do trabalho e um ambiente de trabalho decente. Além disso, espera-se que os comerciantes apresentem uma proposta que reponha a inflação e proporcione um percentual de ganho real dos salários.

 

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