
Rosa de Souza, presidenta do SintraSuper
O debate que ganhou o Brasil é o fim da escala de trabalho 6×1 (trabalha-se seis dias e folga no 7º), proposta pela deputada federal Erika Hilton (PSOL-SP) através de Proposta de Emenda à Constituição (PEC). O objetivo é fazer o Congresso debater a redução de horas trabalhadas, com o fim da escala e a implantação de quatro dias de trabalho e 36 horas semanais, sem perda salarial ASSINE A PETIÇÃO PÚBLICA AQUI. Para ser discutido na Câmara e no Senado, o texto precisa de, ao menos, 171 assinaturas de parlamentares, pois é mudança na Constituição. Até o momento, 134 parlamentares assinaram a proposta.
A escala 6×1 garante que, ao se trabalhar até sábado, as pessoas possam descansar no domingo. “Foi um avanço, pois milhares de comerciários e comerciárias no Brasil trabalhavam, praticamente, toda a semana e muitos não tinham folga. Nas negociações das campanhas salarias, garantimos também folgas para quem trabalha aos domingos e feriados, além do pagamento de um abono. Agora, temos que avançar para garantir mais folgas, como estabelece a PEC, que tem como coautora a deputada federal baiana Alice Portugal (PCdoB)”, pontua a presidente do SintraSuper e da CTB Bahia, Rosa de Souza.
Segundo a dirigente, a redução da jornada é o centro da luta do movimento sindical. “Há muito tempo, as entidades sindicais e a classe trabalhadora lutam por esse benefício. Isso porque, sempre que as empresas implantam inovações tecnológicas, estudos mostram que é possível se trabalhar menos horas, mantendo a mesma produtividade. Isso aconteceu durante todas as revoluções industriais, desde a primeira, em 1760, na Inglaterra”, explica.
MAIS EMPREGOS, MAIS QUALIDADE DE VIDA
Para Rosa de Souza, além do fim do regime 6×1 e a implantação do modelo 4 dias de trabalho na semana (como está acontecendo na Europa), é importante debater seriamente a redução da jornada. “Defendemos a redução de 8 horas diárias para 6 horas, sem redução de salários. Isso vai gerar mais empregos com novas turmas de trabalho”, afirma.
Uma pesquisa do Instituto DataSenado, realizada em março deste ano, mostrou que 85% dos trabalhadores brasileiros acreditam que teriam mais qualidade de vida. Cerca de 78% afirmam que conseguiriam manter a mesma qualidade de trabalho. Os entrevistados disseram que o tempo livre seria dedicado à família, ao cuidado com a própria saúde e à capacitação profissional.