Audiência debate realidade dos comerciários

O Centro Cultural da Câmara de Vereadores foi palco de palestras importantes sobre a realidade dos comerciários de Salvador e dos trabalhadores brasileiros. A audiência pública em homenagem ao Dia dos Comerciários, realizada nesta sexta (08/11), tratou temas como os direitos trabalhistas, Previdência Social e saúde dos trabalhadores.

“Essa é uma data especial para as trabalhadoras e os trabalhadores do comércio. Nossa categoria é tão importante quanto o comércio, que faz a economia do País se desenvolver, vendendo o que a indústria e a agricultura produzem. Merece respeito”, afirmou o presidente do Sindicato, Renato Ezequiel.

Para a presidenta do SintraSuper, Rosa de Souza, devemos reforçar a unidade dos trabalhadores. “Nesse momento de ataques aos direitos sociais e trabalhistas, vamos nos unir para defender a democracia e a valorização do trabalho. Vamos resistir e avançar na luta. Parabéns, comerciárias e comerciários de Salvador”, enfatizou.

Autor da proposição, o vereador Hélio Ferreira (PCdoB), destacou que o Poder Legislativo tem que se aproximar sempre dos movimentos sociais. “Pedi ao presidente da Casa, vereador Geraldo Júnior, para ajudar a resolver o impasse das negociações com o Sindilojas. Estamos juntos para encontrar uma solução”, disse, denunciando a política tributária da Prefeitura, “que cobra impostos mais caros, como IPTU e ISS, fazendo muitas empresas saírem de Salvador”.

REFLEXÃO CRÍTICA E FORÇA

O jornalista, analista político e assessor parlamentar do Departamento Intersindical de Assessoria Parlamentar (Diap), Marcos Verlaine, falou dos desafios atuais. “Precisamos construir uma reflexão crítica junto aos trabalhadores para combater a criminalização da política e dos movimentos sociais. É na política que se dão as transformações na vida das pessoas”, afirmou.

Segundo o pesquisador, é através das políticas públicas de Estado, a partir de um projeto conduzido pela esquerda, que teremos desenvolvimento econômico, mais direitos, geração de emprego e inclusão social. “Trabalhadores e sindicato precisam estar ainda mais unidos para reverter essa situação”, enfatizou.

O presidente da CTB Bahia, Pascoal Carneiro, considerou absurda a postura do Sindilojas, que se nega a assinar a Convenção Coletiva da categoria. “E ainda temos os pacotes do governo, que vão piorar ainda mais a vida da população. Os trabalhadores precisam reagir e impor a nossa força, especialmente nas eleições do ano que vem”, ponderou.

Representando a FEC Bahia, Antônio Suzart lembrou que a data nacional é 30 de outubro. “Mas, nas convenções coletivas conseguimos manter na 3ª segunda-feira do mês. Nossa categoria vende satisfação e, mesmo na dificuldade, está sorrindo para atender bem. Somos a maior categoria do setor privado na cidade e merecemos uma representação na Câmara Municipal”, disse.

GOVERNO PRESENTE

A audiência foi prestigiada pelas secretarias do governo estadual, Secretaria de Políticas para as Mulheres (SPM) e Secretaria de Trabalho, Emprego, Renda e Esporte (Setre).

“Datas são importantes para valorizar pessoas e entidades, como o Sindicato dos Comerciários e o SintraSuper, que participam ativamente das lutas sociais. Precisamos mobilizar o povo contra os retrocessos atuais desse governo autoritário e conservador. É importante também dar maior atenção às questões femininas no mercado de trabalho”, pediu a secretária Julieta Palmeira, da SPM.

Chefe de gabinete da Setre, Everaldo Augusto reafirmou o compromisso da secretaria com os sindicatos para a formação profissional e pela implantação de políticas públicas que melhorem a vida dos trabalhadores.

DIREITOS E SAÚDE

Representando o Dieese, Nágila Lima destacou as reformas do governo e a redução dos investimentos nas áreas sociais. “Estão desmontando o Estado e precarizando o mercado de trabalho, o que só piora a vida dos trabalhadores”, criticou.

O auditor fiscal do trabalho Mário Diniz colocou que todas as categorias sofrem ataques aos seus direitos. “Hoje, somos poucos profissionais para fiscalizar e autuar empresas. Por isso, temos que ter unidade para superar os atuais problemas”, defendeu.

Médico do Trabalho, dr. Deoclides Cardoso afirmou que a saúde dos trabalhadores está piorando com a precarização do trabalho. “Tem mais pressão e apreensão nas empresas. Os problemas psicológicos estão superando os casos de LER/DORT. O fim do Ministério do Trabalho e da CLT só complica ainda mais”, denunciou.

MOVIMENTOS SOCIAIS

Eldon Neves (presidente da Unegro Bahia), Djalma Rossi (Sindisaúde) e João Benedito (Fabs) saudaram os comerciários e reafirmaram a disposição de lutas unificadas pelos direitos sociais e trabalhistas. Durante o evento, teve música com o coral do Sindisaúde e a cantora Elenka Leite, além de poesia com Tiago Poeta.

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