A mobilização é por conta de um decreto municipal que autoriza o funcionamento das lojas das 8 às 16 horas no próximo dia 23, feriado de Corpus Christi. O Sindicato do Comércio Varejista de Santo Antônio de Jesus (Sincomsaj) defende o funcionamento. “Não podemos deixar de abrir as lojas nesse dia, quando a cidade recebe milhares de pessoas de fora. A posição do sindicato patronal é a de que o comércio vai abrir dia 23 e o comerciário será recompensado com duas folgas ou com o pagamento de 100% de hora extra”, diz Vicente Neiva, presidente do Sincomaj.
Mobilização
Os comerciários não aceitam a decisão. Como dificilmente conseguirão derrubar o decreto municipal, a categoria promete continuar mobilizada e paralisar as atividades no dia 23.
Segundo a presidente do sindicato dos Comerciários, Anatália Mercês,l o decreto municipal está privilegiando poucos comerciantes em detrimento ao direito de seis mil trabalhadores.
“É uma indignação geral. Uma exploração dos comerciários. Além disso, nem todos os patrões cumprem o que fica acordado, como dar folga e pagar hora extra trabalhada. Já colocamos fiscais nas lojas em outras ocasiões e flagramos funcionários, que deveriam estar folgando, trabalhando”, relatou.
De acordo com Anatália Mercês, os seis mil comerciários não tiveram as reivindicações levadas em consideração pelos patrões. “Querem que o funcionário trabalhe a semana toda, ainda o sábado, o domingo e os feriados, sempre até tarde da noite. O único dia que os comerciários teriam para descansar vão ter que continuar trabalhando”, acrescentou a sindicalista.
Protesto
A presidente afirma que a paralisação do comércio durante o momento de pico de vendas no período junino será inevitável. Ela afirma que não houve um empenho dos patrões para um acordo. “Eles terão que rever a posição deles. Não querem aceitar nem nossa proposta de trabalhar até o meio dia. Eles querem que a gente vá até tarde da noite, sem garantia de compensação”, completou.
Anatália Mercês destacou ainda que os comerciários que trabalham em supermercados são os maiores prejudicados com a decisão de suspensão do feriado. “Eles não terão folgas. Vão trabalhar todos os feriados, mesmo que em alguns dias com carga horária até as 14h, como acontece aos domingos”, concluiu.