Na minha alimentação patrão não mete a mão!

Alimentação é direito adquirido! – Ninguém tira!

Os comerciários estão indignados e ameaçam parar as atividades em protesto contra a chantagem que os empresários estão fazendo, ao condicionarem a assinatura da Convenção Coletiva a retirada da cláusula de alimentação. “Nenhum direito a menos! Não vamos aceitar essa chantagem dos empresários de ameaçar retirar a alimentação, que foi uma conquista histórica da categoria que lutamos muitos anos para garantir. Vamos mobilizar os trabalhadores para realizar uma grande paralisação no comércio.”, afirmou Jaelson Dourado, presidente do Sindicato.

O direito a alimentação foi conquistado em 2013 mas o valor está baixo e precisa ser reajustado. Segundo pesquisa do Índice de Preços ao Consumidor (IPC) (de 26/2/2014), almoçar fora de casa em Salvador ficou 9,08% mais caro em 2013, quando comparado a 2012. De acordo com a Associação das Empresas de Refeição e Alimentação Convênio para o trabalhador, em Salvador o preço médio da refeição a kilo em 2013 foi R$ 26,59. Nos shoppings R$40 é a média do kilo.

Sintrasuper

Nos supermercados a campanha também está a todo vapor. “É um setor que cresceu muito, vende bastante e esse ano vai ter que valorizar os salários e o piso da categoria. Os supermercados adoecem os trabalhadores, são líderes em doenças ocupacionais, pagam mal, a exploração é maior e abrem todos os domingos e feriados. Este ano teremos grandes desafios pela frente. Além de melhorar os salários em geral, não podemos esquecer das questões sociais.”, disse Adilson Alves, presidente do Sintrasuper.

O setor está aquecido mas as desigualdades só aumentam

De acordo com o IBGE, em janeiro de 2014 o comércio varejista da Bahia registrou alta de 6,7% nas vendas, em relação a igual período de 2013. A variação superou a nacional, que registrou taxa positiva de 6,2%. Segundo Dieese, nos últimos 11 anos o volume de vendas na Bahia passou de -0,6% (2001) para 9,7% (2012), com 3% de crescimento do PIB. “Os dados colocam o emprego no comércio e a economia baiana em evidência, e neste momento estamos discutindo isso nas mesas de negociações. A todo o momento eles vão tentar esconder estes dados positivos e apresentar apenas a inflação. Mas um exemplo de que o comércio cresceu e gerou lucros são os novos shoppings que foram abertos.”, pontuou Reginaldo Oliveira, presidente da Fec Ba.

Creches nas empresas

A deputada estadual Kelly Magalhães (PcdoB), autora do Projeto de Lei 20.499/13, que dispõe sobre a exigência de creches em estabelecimentos comerciais, apoia a categoria. “O projeto tem a finalidade de reconhecer a função social da maternidade, especialmente para uma categoria que em sua maioria é formada por jovens e mulheres. É também para reconhecer que elas saem de casa muitas vezes de madrugada e ao retornarem tarde acabam perdendo o vínculo materno com seus filhos nos anos iniciais, fundamentais para estreitar os laços.”, completou.

Salvador tem piso menor que Feira de Santana

Apesar do cenários positivo, os trabalhadores continuam prejudicados e sofrem com as desigualdades. Segundo o Dieese, de 2005 a 2013 o ganho real dos empresários foi de 65,31% enquanto que os trabalhadores amargaram apenas 7,67% no mesmo período. Salvador possuir o terceiro maior comércio do país e o primeiro do norte/nordeste, mas o piso da categoria (R$ 787) é menor que o de Feira de Santana (R$ 790).

Carnaval

A Campanha foi lançada oficialmente no carnaval, quando cerca de 1,5mil trabalhadores participaram do bloco Grito dos Comerciários. Com irreverência e alegria, se divertiram sem esquecer de reivindicar direitos, entre eles: reajuste salarial digno; trabalho decente; creches nas empresa; redução da carga horária; etc.

Apoios importantes

Dirigentes da CTB levaram para o bloco o clima das ações unificadas que serão realizadas durante o ano. “Já temos uma agenda construída, com um grande ato na Bahia que reunirávários sindicatos para apresentar um projeto, porque este ano é de eleições e os candidatos precisam se comprometer com os trabalhadores.”, falou Aurino Pedreira, presidente da CTB-Ba.

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