
Nesta quarta-feira, 20 de Novembro, o Centro de Salvador ganhou um colorido especial de militantes e do povo para celebrar o Dia da Consciência Negra. Ao som de um trio elétrico e carros de som menores, centenas de pessoas e dirigentes sindicais participaram da 45ª Marcha Zumbi-Dandara dos Palmares. Organizado pela CONEN (Confederação Nacional de Entidades Negras) e UNEGRO (União de Negros e Negras pela Igualdade), a manifestação saiu do Campo Grande até a Praça Castro Alves.
Dirigentes do SintraSuper caminharam ao lado da CTB Bahia com as palavras de ordem “Fim do racismo. Fim da escala 6×1. Redução da Jornada de Trabalho sem redução do salário. Trabalho decente nos supermercados. Viva o 20 de Novembro”. Para a secretária de Gênero, Raça e Etnia, Josélia Ferreira, a data tem grande simbolismo. “É o momento de reforçar o combate ao racismo na sociedade e, também, nas empresas. Também buscamos vincular as bandeiras específicas da categoria com as lutas gerais da sociedade. Combater o racismo é uma causa de toda a população”, pontuou a dirigente.
Pela manhã, o Sindicato participou da lavagem da estátua de Zumbi, no Pelourinho. Marcaram presença nas atividades a presidenta Rosa de Souza (também presidenta da CTB Bahia), o vice-presidente Edvã Galvão e os dirigentes, Anderlei Costa, Carine Dias, Taina de Jesus, Antônio Rodrigues e Matias Santos. “Essa união do movimento sindical com entidades como a UNEGRO é importante para levar o debate do combate ao racismo para os locais de trabalho. “A troca de experiência sobre temas como o racismo, nos ajuda a trabalhar ações em nossas categorias, contribuindo para ampliar a consciência de que a luta contra esse problema é de toda a sociedade”, frisou Rosa de Souza, presidenta da CTB Bahia e do SintraSuper.
HOMENAGEM
Como parte das celebrações programadas pela CTB Nacional e a CTB Bahia, a caminhada parou para uma homenagem a mestre Môa do Katendê, na Praça da Piedade, onde se reverencia os quatro mártires da Revolta dos Búzios: Lucas Dantas do Amorim, Luiz Gonzaga das Virgens, João de Deus e Manuel Faustino dos Santos. O movimento também era conhecido como Conjuração Baiana, Revolta das Argolinhas, Revolta dos Alfaiates ou Inconfidência Baiana.
Ao lado da secretária de Promoção da Igualdade Racial, Ângela Guimarães, o secretário de Combate ao Racismo da CTB Bahia, Jerônimo Silva Júnior, entregou uma escultura de um berimbau à filha de mestre Môa do Katendê, Somonair Costa. “Aqui na Praça da Piedade, foram enforcados 4 heróis na luta do povo negro. Nada mais simbólico do que homenagear essa figura importante da capoeira, da música e da nossa cultura que foi Môa do Katendê. A CTB entende que a luta dele é parte da resistência e das conquistas da população negra. Com isso, resgatamos a memória de Zumbi e de todas as pessoas que lutam contra o racismo e as desigualdades sociais, buscando uma sociedade mais justa”, destacou.
Somonair agradeceu a CTB pela referência ao seu pai. “Se ele estivesse vivo, faria 70 anos. Meu pai sempre se dedicou a fortalecer nossa cultura na comunidade e em Salvador, como compositor, percussionista, artesão, educador e mestre de capoeira. Obrigado, Jerônimo e a direção da CTB por homenagearem a memória de Môa do Katendê”, disse.