Além da repercussão no mercado financeiro, a grave situação da Americanas deixou seus funcionários preocupados em todo o Brasil. Entidades sindicais se mobilizaram, realizaram reunião virtual na terça (24) e já encaminham algumas ações nacionais.
Em Salvador, a diretora do SintraSuper Taína de Jesus, que é funcionária da empresa, fala sobre a preocupação dos trabalhadores. “Os funcionários estão um pouco apreensivos, pois alguns fornecedores já retiraram seus promotores das lojas, que seguem com o fluxo normal nas vendas”, diz.
Segundo a dirigente, até o momento não se fala nada sobre cortes. “Apenas disseram no comunicado que, em decorrência dos acontecimentos e da questão judicial, será necessária uma reestruturação. Como a empresa tem um prazo dado pela Justiça para negociação com os fornecedores, acreditamos que irão ver como ficará todo o processo”, pondera.
Ainda sobre demissões, Taina lembra que a data-base é 1º de março e que, geralmente, a empresa não demite em janeiro. “Após esse período, não sabemos como será. O ticket está programado para entrar no final do mês e os salários, segundo o representante da empresa, será pago normalmente, inclusive as férias programadas”, pontua.
AÇÕES
Segundo o dirigente do SintraSuper, Evangelista Rios, que participou da reunião, “foi tirada uma linha unitária para os sindicatos conduzirem a situação”. As principais indicações do encontro foram:
1) A defesa dos empregos;
2) Priorizar os trabalhadores no processo de recuperação judicial;
3) Criar condições para uma CPI no Congresso Nacional.
Evangelista afirmou que o representante da empresa se comprometeu de manter aberto o canal de diálogo com os sindicatos sobre a situação. “Também ficou decidido que deve ser construído um dia nacional de manifestação dos trabalhadores da Amerianas em todas as cidades onde houve loja da companhia”, destacou.