Empresas de Portugal testam semana de trabalho de 4 dias

A jornada de trabalho de 4 dias por semana está sendo experimentada em diversas empresas privadas de Portugal, sem redução do salário e com apoio do governo português. Ainda é um teste, mas que, dependendo dos resultados, pode se tornar regra no país. Nos próximos meses, algumas empresas do Brasil vão passar por teste semelhante.

Vários países também realizaram esses testes e, segundo os organizadores do projeto, os bons resultados são a regra. Os trabalhadores passaram a ter mais um dia para descanso, diversão, afazeres domésticos ou qualquer outra atividade. E as empresas perceberam ganhos de produtividade.

Segundo a organização global 4 Day Week (“Semana de 4 dias”), após teste realizado no Reino Unido em 61 empresas e envolvendo mais de 2,9 mil pessoas, 92% delas decidiram continuar adotando a semana de quatro dias. A entidade informou que houve uma redução de 71% nos casos de síndrome do esgotamento profissional (também conhecida como burnout). Para 15% dos trabalhadores envolvidos, nenhum tipo de aumento de salário faria que voltassem à semana de cinco dias.

“Por muito tempo se enxergou o trabalho como fardo, e hoje a gente vê, nesse pós-covid, pessoas começando a repensar suas vidas, suas carreiras, o tempo que a gente se dedica para o trabalho, como as novas gerações que vêm entrando e começando a questionar tudo isso”, disse ao Brasil de Fato a diretora da 4 Day Week no Brasil, Renata Rivetti. “Eu não quero só trabalhar, eu quero também ser feliz. Então hoje a gente tem atuado muito em grandes organizações, fazendo essa conscientização e levando ferramentas para os líderes fazerem mudanças de hábitos”, complementou.

PRODUTIVIDADE

Ainda de acordo com as organizações que realizam os projetos-piloto pelo mundo, o foco da proposta é a produtividade. “A gente está trabalhando questões como igualdade de gênero, mudança climática, envolvimento dos homens nas atividades domésticas, recuperação de qualidade de vida e saúde. As pessoas estão tendo mais tempo para dormir, mais tempo para atividades físicas, mais tempo para marcar uma consulta. O nível de retenção [de profissionais nas empresas] é maior, o nível de atestados é menor. Vamos pela produtividade, mas os dados mostram para a gente resultados muito maiores”, garantiu Gabriela Brasil, líder de comunidade da 4 Day Week Global.

O projeto propõe uma experiência de seis meses, voluntária e reversível por parte das empresas privadas. O Governo português garantiu os custos com suporte técnico e administrativo para apoio às empresas na transição, sempre seguindo a regra que ficou conhecida como “100-80-100”: os trabalhadores recebem 100% do salário e trabalham 80% do tempo, desde que consigam manter 100% da produtividade coletiva.

com informações do Brasil de Fato

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